#520-Nossa vida não cabe num opala

O longa “Nossa vida não cabe num opala” foi baseado na peça teatral “Nossa vida não vale um Chevrolet”, escrita por Mário Bortolotto. A adaptação dos palcos para a telona foi assinada por Di Moretti. O longa recebeu um outro nome por causa da marca de carros que aparece no título original. Para evitar um processo por parte da General Motors, o diretor Reinaldo Pinheiro decidiu modificar o nome do filme.
 


Como Opala é um produto (não uma marca) e o automóvel está fora de linha, o novo título foi adotado. O motivo para que Chevrolet não fosse mantido é por causa da temática do filme: a desgraça de uma família após a perda de um parente. O filme é um drama verdadeiro e pesado. Transmite uma angústia, e é natural que a Volks não quer seu carro seja associado ao sentimento.

Depois de uma introdução feita em desenho animado, o filme começa com a rápida cena de um velório. O pai de uma família de classe média baixa morreu e o fato faz com que quatro irmãos percam o chão e a estrutura de suas vidas. O quarteto que fica órfão é formado por Monk (Leonardo Medeiros, de “A vida do lado” e “Não por acaso“), Lupa (Milhen Cortaz, de “Tropa de elite“, “Meu mundo em perigo“), Magali ( Maria Manoella, de “Crime delicado“) e Slide (interpretado por Gabriel Pinheiro, que atuou na peça original com o mesmo personagem). Eles ficam ainda mais peridos em relação ao futuro por causa da perda do pai.
A falta de expectativas fica clara logo no princípio. Morando em uma casa caindo aos pedaços, os quatro tentam juntar dinheiro para quitar as dívidas que o pai deixou. Monk, que lutava boxe nas ruas agora segue a profissão ilegal que o pai lhe ensinou e começa a roubar carros. Lupa segue o mesmo esquema, enquanto o caçula Slide quer entrar para o negócio da família. A única que tem uma profissão politicamente correta é Magali, frágil jovem que toca música em uma churrascaria decadente. Sofrendo assédios por parte dos clientes, ela tem a esperança que as coisas irão melhorar.
Alternando entre cenas mais leves e engraçadas com um drama denso, o longa-metragem termina com um gosto azedo. Um bom elenco participa da produção: Jonas Bloch, Maria Luisa Mendonça (premiada pela atuação), além de ótimas participações de Marília Pêra e Dercy Gonçalves, que está hilária. Se o longa é pessimista ou realista depende de quem for julgar, mas o Reinaldo Pinheiro conseguiu fazer uma obra que incomoda quem assiste. O filme é marcante, as vezes chega a quase chocar. e não é fácil de ser esquecido. Nas palavras do próprio diretor, “o destino é um beco sem saída”.
Cotação do Daiblog:

DaiblogDaiblogDaiblog

Nossa vida não cabe num opala (Brasil, 2008) Dirigido por: Reinaldo Pinheiro. Com: Leonardo Medeiros, Paulo César Pereio, Milhen Cortaz, Gabriel Pinheiro, Maria Manoella…

Veja aqui um trecho do filme “Nossa vida não cabe num opala“:

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui