A guerra dos vizinhos estreia hoje nos cinemas de São Paulo. A comédia é estrelada por Eva Wilma, Karin Rodrigues, Fabiula Nascimento, Vera Mancini e Ângela Dip e conta uma divertida história de vizinhas fofoqueiras.
Enquanto o longa-metragem não estreia em outras praças do Brasil, conversamos com exclusividade com o diretor Rubens Xavier sobre a produção do filme e o processo de filmagem. Vamos ler?
De onde e quando surgiu a ideia para criar A guerra dos vizinhos?
A ideia veio de uma matéria do jornal O Estado de São Paulo de janeiro de 1991 que dizia “Condenadas por fofoca fazem voto de silêncio”. O fato havia acontecido em cidade do interior do estado de São Paulo e depois de conseguir cópia do processo fui tocando o projeto sozinho até que no final dessa década consegui o apoio de outras pessoas que me ajudaram a roteirizar.
Você já teve alguma experiência desagradável com vizinhos ou conhece alguma história que te inspirou a criar algum momento do filme?
Eu mesmo fui protagonista de uma história no condomínio onde moro. Em uma assembléia do condomínio dois grupos com ideias diferentes sobre a administração do prédio acabaram se estapeando e o caso foi para na justiça. Houve um condômino que depois de receber um tapa, bradava, “vocês bateram em um Libermman eu sou um Libermman” e o seu algoz respondia “então eu sou um doberman!” e sobrou porrada pra todos. Bom, o fato foi parar no fórum e o juiz indignado nos botou pra fora da sala dizendo que deveríamos sair de lá o mais rápido possível, pois ele tinha mais o que fazer do que tomar conta de favelados urbanos que moravam empilhados. E caso não saíssemos o mais rápido possível ainda seríamos multados!
Eva Wilma é uma atriz consagrada no teatro e na TV. Fabiula Nascimento chamou a atenção de todos com sua atuação em Estômago. Como você fez para escolher o elenco?
A Eva foi a primeira a se comprometer com o projeto, isso aconteceu em 2004 quando eu fazia assistência de direção no Filme Veias e Vinhos, do João Batista de Andrade. Ela gostou muito do projeto e quatro anos depois quando eu já havia conseguido recursos e estrutura para viabilizar o filme voltei a procurá-la e graça aos deuses ela estava disponível, o nos facilitou muito a vida, pois ela não se mete em nenhuma “roubada”. Assim o projeto teve mais credibilidade, o que viabilizou a vinda dos outros atores e pudemos então viabilizar uma grande elenco.
Antes você já dirigiu curtas. Qual é o maior desafio em se fazer um longa-metragem?
Eu venho do documentário com algumas experiências em curtas de ficção, mas sempre usando o humor que, na minha opinião, é a melhor maneira de atingir o público. Em relação a dirigir um longa pra mim foi muito tranqüilo pois já havia participado de várias produções e a qualidade do elenco produzido pelo nosso produtor de elenco, o Sung, era de altíssima qualidade. Tínhamos 24 dias para realizar o filme, o que era um desafio imenso. Mas não só conseguimos como ainda ganhamos uns dias. Foram 23 dias de muito trabalho e muita alegria. Foi uma delícia realizar a nossa Guerra.
Quando e onde aconteceram as filmagens?Foi em maio de 2008 e nosso São Pedro colaborou muito pois não caiu uma gota de chuva e assim não houve alteração no nosso cronograma, que era apertadíssimo.
Fale um pouco sobre seus planos futuros. Está com algum projeto?
Eu estou desenvolvendo um projeto sobre a infância, mas ainda é muito embrionário. Já estou meio idoso, mas minha alma é de moleque. Quero continuar trabalhando com muito humor e gostaria muito de trabalhar com esse tema que acho fundamental. O mundo, na minha opinião, deveria ser mais criança. Mas neste momento estou colocando todos os meus esforço na distribuição do A Guerra dos Vizinhos, pois acho que minha carreira em longas depende muito da carreira do filme. Também gosto muito do documentário. Gosto muito de estar perto da minha gente e criar situações. Meus documentários muitas vazes tem um jeitão de ficção.
Obrigado pela entrevista, Rubens.
Agradeço muito pelo espaço e oportunidade. Abraços.
Veja aqui o trailer do filme A guerra dos vizinhos: