18º Fica – Crítica: Planeta Sigma desperta a imaginação

*Por Leonardo Resende, da Cidade de Goiás – hashtagcinema@daiblog.com.br

Para quem conhece o cinema precursor, os diálogos eram intercalados com diversas imagens em preto e branco. O texto das projeções era um suporte de entendimento do espectador. Porém, existem filmes que conseguem a proeza de projetar apenas imagens sem qualquer descrição ou explicação. Planeta Sigma, de Momoko Seto, é um exemplo claro desta subjetividade cinematográfica. A animação stop-motion está na mostra competitiva do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental 2016, evento que vai até o dia 22 de agosto na Cidade de Goiás (a 386 km de Brasília).

O filme retrata um planeta desolado pelo gelo. Com uma temperatura de -50ºC, cenas de insetos gigantes e paisagens pré-históricas são fotografadas em câmeras lentas e rápidas, registrando uma sucessão ecológica. Alguns filmes necessitam de textos e explicações. Não porque subestimem o intelecto do público, mas pelo fato das imagens serem muito desconexas. Um fator que pode fazer uma obra tão belíssima quanto pretensiosa. Planeta Sigma percorre o oposto, a fotografia detalhada desperta a curiosidade e incita a imaginação de quem vê.

Em um período em que o cinema não contextualiza o significado das cenas e abraça a pretensão, Planeta Sigma consegue emergir o observador fazendo o mesmo interpretar as projeções de acordo com sua imaginação e bagagem. Caso os vanguardistas presenciassem a sublime obra de Momoko, seu objetivo de transpor quem vê a tela no filme seria realizado com sucesso.
Cotação do Daiblog: DaiblogDaiblogDaiblogDaiblogDaiblog

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