Crítica: Documentário Vinte Anos casa o simples e o complexo

*Por Leonardo Resende – hashtagcinema@daiblog.com.br

Para um documentário ser cativante, ele deve abandonar linguagens clássicas como apenas relatos e informações educativas. Vinte Anos que, é um longa-metragem dirigido Alice de Andrade, foi exibido na Mostra Competitiva do 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Felizmente, o filme não se apega profundamente aos elementos citados e surpreende com a sua montagem intuitiva.

Como diz o próprio título, o documentário mostra personagens em um lugar onde o tempo não aparentava passar: Cuba, a capital do comunismo. Ao mostrar histórias de amor de casais cubanos que foram tema de seu filme anterior, a diretora recolheu material de uma seleção de três famílias ao longo de vinte anos. Retratado em um cenário onde tudo pode desaparecer, o longa-metragem mostra o impacto do comunismo nesses casais.

Mesmo com um enredo tão simples, Alice de Andrade, do Rio de Janeiro, atinge a complexidade tanto política quanto pessoal destes personagens. Uma cena exemplo desta façanha é quando um dos casais – depois de três anos vivendo nos Estados Unidos – volta para Cuba e sente o contraste entre um país desenvolvido e outro esquecido. É tamanha diferença que o rapaz com um boné grifado EUA diz: “Nem lembrava de como era andar em um carro velho”


Trabalhar com o singelo e o profundo ao mesmo tempo sem soar forçado é uma habilidade esplêndida. E ver isso num documentário brasileiro não é apenas gratificante, mas esperançoso para o cinema documental brasileiro.

Cotação do Daiblog: DaiblogDaiblogDaiblogDaiblog

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