BIFF 2016 – Crítica: As Mãos Daquela Menina

*Por Clara Camarano – redacao@daiblog.com.br

A crueldade do ser humano e a submissão do sexo feminino e do homem, em geral, às suas tentações ganharam nuances artísticas. Uma mistura de desenho, pintura e cinema que deu certo, principalmente pelo enredo que contesta o papel das belas princesinhas dos contos de fada. Enaltecida já com o Prêmio Especial do Júri no Festival de Annecy – o maior no terreno de animação realizado na França – a produção francesa As Mãos Daquela Menina foi a grande premiada da mostra competitiva de ficção da 5ª edição do Brasília International Film Festival (BIFF).

A boa safra de filmes que ocupou a capital federal trouxe um pouco das culturas de diversos países, com foco no grande mal do século: a solidão. No entanto, foi a produção francesa inspirada nos clássicos contos dos irmãos Grimm que levou o troféu. Reconhecido desenhista e animador francês, o diretor Sébastien Laudenbach inovou no longa-metragem. 

Em um enredo simples, ele retratou a história de uma menina que é vendida por seu pai ao diabo. Um pobre moleiro que negocia, sem dó nem piedade, sua filha para sair da miséria e viver uma vida de riquezas e conforto. É quando ele próprio corta as mãos da pequena como se cortasse mais uma das tantas árvores que cortou na vida. 

A descrença e falta de confiança no próximo, até mesmo quando há laços de sangue, são expostos nesta crueldade absurda. Afinal, cortar as mãos significa cortar relações e impedir uma pessoa de atuar no mundo. Apesar do peso da história, a luta pela vida, o encontro de um  amor e a maternidade dão outro sentido para a menina, que se torna uma forte mulher e combate os preconceitos de fragilidade do sexo feminino. Ela é capaz de ir à luta, independentemente da falta de mãos e da sociedade e suas consequentes crueldades. Não há mãos, mas há pulso.  Pulso e pulsão de vida. 

Cotação do Daiblog: DaiblogDaiblogDaiblogDaiblogDaiblog

Veja aqui o teaser trailer do filme As Mãos Daquela Menina:

 

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