Crítica: Animais Noturnos mostra que Tom Ford é multifuncional

*Por Leonardo Resende – leonardoresende@cine61.com.br

Em 2009, quando Tom Ford lançou Direito de Amar, uma coisa ficou bem clara: o estilista é, sem dúvidas, um diretor visual. Tudo isso pode ser justificado como herança da moda. Mas o que Ford não obteve desse mundo fashion foi ritmo de narrativa. Fator corrigido de modo excepcional em Animais Noturnos, que estreia esta semana nos cinemas.
Ambientado no mundo da arte, Animais Noturnos conta a história de Susan Morrow (Amy Adams), que recebe um livro escrito pelo ex-marido Edward Sheffield (Jake Gyllenhaal). Ao começar a leitura, Susan imerge em um mundo violento que é metaforicamente a representação do casamento defeituoso. E o motivo para o fim do matrimônio é um mistério que segura a atenção na projeção.

Apesar de mostrar um ritmo intensamente frenético – algo ausente em Direito de Amar – os adereços visuais de Ford continuam intactos. O que colabora para tal edição é a alternância entre a imaginação de Susan e a sua realidade infeliz. Tal mudança é feita com cortes secos e fotografia metódica. E ainda, para engrandecer a qualidade da obra, a oscilação de narrativas é acompanhada pela belíssima atuação de Adams – que vem fazendo uma série de bons trabalhos no cinema.

Ford resgata com primor algumas características que um dia fizeram Brian De Palma genial e prova ser um diretor subestimado e multifuncional. Consegue se sair bem ao transitar do drama ao suspense, mantendo a qualidade e o estilo pessoal na direção. E quando um cineasta consegue retratar diversos ambientes, personagens e narrativas em um filme só sem se perder, é no mínimo, um sujeito brilhante.

Cotação do Cine61DaiblogDaiblogDaiblogDaiblogDaiblog

Veja aqui o trailer do filme Animais Noturnos:




Nocturnal Animals (EUA, 2016) Dirigido por Tom Ford. Com Amy Adams, Jake Gyllenhaal, Michael Shannon, Aaron Taylor-Johnson, Isla Fisher…

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