A Viagem de Fanny: esperança infantil contra o nazismo

A pequena Fanny (Léonie Souchaud) é uma menina que mora com suas duas irmãs e várias outras crianças em uma casa isolada que funciona como esconderijo. Ela vive feliz, mas sente falta dos seus pais, que a deixaram lá por segurança. O motivo? A perseguição que os judeus sofriam em plena Segunda Guerra Mundial. Destaque no Festival Varilux de Cinema Francês, o longa-metragem A Viagem de Fanny conta uma incrível aventura inspirada em fatos reais.

Dirigido por Lola Doillon, o filme mostra os horrores da guerra sob o ponto de vista infantil. Quem conhece um pouco a história mundial tem noção dos crimes cometidos pelo regime nazista. O roteiro, contudo, não busca chocar. Toda a violência do período está presente, mas não aparece de forma explícita. Pelo contrário, há espaço para a imaginação infantil. E isso faz com que tudo fique ainda mais comovente, afinal são pequenos anjos em meio ao caos. E é justamente o otimismo que faz com que eles tenham esperanças de um futuro melhor.

Existe um clima tenso durante toda a projeção, uma vez que as crianças correm perigo depois que precisam fugir às pressas. Na França ocupada pelos alemães, Fanny torna-se uma espécie de líder nata de um pequeno grupo de meninos e meninas que só querem sobreviver. Eles contam com a ajuda de alguns adultos, mas são poucas as pessoas que se arriscam em auxiliá-las. O objetivo das foragidas é cruzar a fronteira e tentar encontrar alguma segurança.

A Viagem de Fanny tem um ritmo lento, mas que consegue manter a atenção por causa do suspense presente a todo instante. Com bons momentos e um final muito emocionante, o título ganha força graças à atuação da jovem protagonista. Souchaud tem uma forte presença na câmera e um olhar muito expressivo, que fica entre a inocência e a maturidade forçada pelo contexto que sua personagem vive. O resultado é um drama bom.


*Por Michel Toronaga – micheltoronaga@cine61.com.br

Veja aqui o trailer do filme A Viagem de Fanny:


 

Le Voyage de Fanny (França / Bélgica, 2016) Dirigido por Lola Doillon. Com Léonie Souchaud, Fantine Harduin, Juliane Lepoureau, Ryan Brodie, Anaïs Meiringer, Lou Lambrecht, Igor van Dessel…

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