Curta experimental aborda a vida corriqueira da juventude

O curta-metragem experimental D’Oklin, de Luciano Evangelista, tem sua estreia na 16ª Mostra ABD Cine Goiás. A mostra integra a 20ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA), na Cidade de Goiás, em Goiás. O Cine61 – Cinema Fora do Comum conversou com o cineasta, que falou sobre o mais recente trabalho. O filme aborda a vida corriqueira de três jovens, que estudam e bebem juntos. O curta é fruto de um trabalho de estudantes egressos da especialização em Cinema e Audiovisual: Processos e Linguagens de Realização, da Universidade Estadual de Goiás (UEG).

O filme é realizado por egressos de especialização em Cinema e Audiovisual da UEG.  O que do universo de uma universidade, por exemplo, está presente no curta?
D’oklin é uma distribuidora de bebidas onde os integrantes da equipe se reuniam após as aulas. Das situações que vivemos ali é que surge a premissa do filme.

Sonhos não seguem uma linha narrativa usual, com começo, meio e fim. O curta aborda essa roda de conversa onde assuntos não terminam e temas vão sendo encaixados em outros temas, uma linha narrativa pouco comum. O experimentalismo do filme tem a ver com isso? Com cenas aleatórias para compor a narrativa desses personagens?
Acredito que a experimentação esteja mais ligada a intervenções na forma do filme do que ao desenvolvimento da narrativa. Há imagens e sons de outras mídias que atravessam as cenas, por vezes abruptamente, a fim de ressaltar certos estados emocionais dos personagens, ao mesmo tempo em que apontam também para outros significados.

Ao retratar esse universo de jovens se encontrando para beber, o filme pode representar uma crítica ao estilo de vida desenfreado desses personagens?

É certamente uma leitura possível, apesar de eu enxergar o filme de outra maneira. A proposta é trazer este entorpecimento como abertura para outras sensibilidades possíveis, para aquilo que não está dito, que está no mundo em outro campo que não o do lógico e racional. Ao mesmo tempo em que não existem grandes revelações ou mesmo uma finalidade no uso da bebida e da droga, é tudo do cotidiano, do derradeiro.

É um filme goiano em um grande festival de Goiás, qual a expectativa? E qual a importância de uma mostra dedicada unicamente a filmes de Goiás? 
A Mostra ABD Goiás é umas das principais janelas para os curtas goianos, as sessões ocorrem em bons horários e o público costuma encher a sala. Ainda, os prêmios são importantes ao injetar dinheiro no audiovisual goiano, estimulando os realizadores e as produtoras a fazer cinema. A expectativa é que o filme seja visto por muitas pessoas, que alguém fale alguma coisa.
E quais são os projetos futuros dos egressos? Toda a equipe é formada por pessoas que já trabalham com audiovisual há algum tempo, enquanto produtores, programadores, jornalistas, freelances ou à frente de produtoras. Espero que todos consigam seguir no ofício, que façam mais filmes. De minha parte, estou finalizando o curta-metragem Guará, que conta com algumas pessoas do D’oklin na equipe, gravado em setembro de 2017.

*Por Vinícius Remer da Silva – Especial para o Cine61 – contato@cine61.com.br

O jornalista viajou a convite da produção do FICA

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