Exposição na internet é tema do drama Luna

O longa-metragem Luna (Cineart Filmes), de Cris Azzi, foi selecionado para a mostra competitiva do 51° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o qual acontece entre 14 e 23 de setembro. O filme conta a história do encontro de duas jovens e acompanha a trajetória e as consequências desse encontro. “Em 2014 me vi chorando diante de uma matéria jornalística que narrava a morte de uma jovem brasileira de 17 anos que tirou sua própria vida após ter um vídeo de sexo viralizado nas redes sociais. Quatro anos depois, com o filme já montado, ainda me pergunto em qual lugar íntimo essa história me moveu a ponto de fazer um filme com essa inquietude como ponto de partida”, conta o diretor.
Fotos: Gustavo Baxter
A história da Luana e de seu encontro com Emília atravessa temas como a  descoberta da sexualidade feminina associada à autoexposição favorecida pelas novas mídias,  a busca por novas experiências, por pertencimento e autoafirmação. “Coloca à prova aspectos como liberdade e preconceito, liberdade e abuso, liberdade e julgamento moral. Mas a meu ver, para além dessa camada, o filme se orienta na potência do encontro com o outro, no amor e nas suas contradições”.
Para realizar sua primeira ficção, Azzi praticou o exercício da escuta. “Me vi diante de um universo de meninas brasileiras  com muitas histórias de decepções com o universo masculino. Abusos, assédio, estupro, abandono. Hoje, ao olhar para o percurso do filme, entendo que esses fatos recorrentes nas conversas foram borrando o roteiro naturalmente”, diz Azzi.
“Durante esses quatro anos de realização, as reivindicações femininas ganharam luz no Brasil e indicam um caminho espinhoso, mas sem volta, na direção da igualdade de direitos em relação aos homens. Nesse sentido, quando ainda me vejo tentando entender por qual motivo a história lida no jornal me tocou tanto, começo a perceber que falar desse universo é também uma busca pessoal por aprendizado e ressignificação nas minhas relações humanas. Ainda estou em busca de respostas”, completa Azzi. O longa será distribuído pela Cineart Filmes. “Luna veio como um presente, por trazer um argumento tão atual e uma belíssima plástica. Essa seleção pelo Festival de Brasília já é uma grande conquista e só confirma que estamos no caminho certo”, afirma Thais Henriques, à frente da distribuidora. 

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