Originalidade não é o que falta no criativo longa-metragem Cine Holliúdy 2 – A Chibata Sideral, que estreia hoje nos cinemas. Dirigido por Halder Gomes, a comédia mostra a saga de Francisgleydisson (Edmilson Filho) depois que seu cinema é fechado por causa da chegada da televisão na cidade de Pacatuba, no interior do Ceará dos anos 80. Após vender o estabelecimento para um pastor repleto de más-intenções, ele fica triste. Mas não por muito tempo. Depois que um amigo cachaceiro é abduzido, ele tem a ideia de rodar um filme. O roteiro fala da luta do ícone Lampião contra marcianos. Para colocar em prática o plano, ele conta com a ajuda de políticos que só pensam em dinheiro e apoio da comunidade, que se engaja nas filmagens divertidas.
A pré-estreia em Brasília, realizada na última segunda-feira, no shopping Pier 21 (Setor de Clubes Esportivos Sul), contou com a presença do cineasta Halder Gomes e do humorista Falcão, que interpreta na telona um cego cinéfilo.
Por mais que o roteiro possa soar meio doido por envolver cangaceiros com alienígenas, o cineasta acredita que ele faz sentido. “A mistura é improvável, mas plausível diante da nossa pluralidade cultural e misticismo do Ceará”, conta, em entrevista, citando a cidade de Quixadá, conhecida pela presença de objetos voadores não-identificados. Falcão, no elenco também do primeiro filme, conta sobre seu papel: “Faço o Isaías, que é um cinéfilo cego que vira assistente de direção”, diz ele. Animado, ele fala que o filme tem muito do humor nordestino. Assim como o primeiro Cine Holliúdy, o longa é legendado em português, uma vez que ele é todo falado em expressões e gírias nordestinas. O público pode, portanto, esperar uma produção repleta de fuleiragem, como o próprio realizador afirma. Por outro lado, se sobram piadas, há espaço para algumas críticas, como a política que fala que “odeia cultura, artista e gente que pensa” e o pastor ganancioso que usa a igreja para explorar a fé alheia. Temáticas que são tão realistas quanto atuais.