Carcereiros chega às telonas com tiro, porrada e bomba

Desdobramento da série de TV homônima que conquistou muitos fãs, Carcereiros estreia nos cinemas com uma história independente da que foi vista na telinha. Quem nunca assistiu ao seriado conseguirá compreender tudo, uma vez que o roteiro possui início, meio e fim. Inspirado no livro de Drauzio Varella, o longa-metragem tem ar de superprodução por causa dos inúmeros tiroteios e trama que envolve até a Interpol.

O foco é o carcereiro Adriano (Rodrigo Lombardi, de O Olho e A Faca), que se esforça para manter em ordem a cadeia onde trabalha. Apesar de todo o perigo da profissão, ele ama o que faz. E essa força de vontade é maior do que ceder aos apelos emocionais da própria filha, que não tem mãe e morre de medo de ficar também sem pai por causa do perigo do seu ofício. Dentro do presídio, Adriano é respeitado pelas duas facções que tentam tomar o poder.

A trama tem o mérito de manter a tensão por muito tempo. E as coisas ficam mais eletrizantes com a chegada de Abdel (Kaysar Dadour), um terrorista estrangeiro recém-capturado que vai passar apenas uma noite naquela prisão antes de embarcar para ser julgado em outro país. A notícia que um criminoso internacional vai ficar a penitenciária logo se espalha entre as celas e tudo fica mais complicando quando homens fortemente armados invadem o local. E Adriano, funcionário exemplar, faz de tudo para evitar uma confusão ainda maior – o que inclui a capacidade de ser onipresente em praticamente todos os momentos cruciais da invasão.

Com direção do brasiliense José Eduardo Belmonte, Carcereiros – O Filme entrega um bom exemplar de ação. Há muitas armas, tiroteios, perseguição e explosões. A história surpreende com algumas reviravoltas, criando um contexto bem contemporâneo e dentro da realidade brasileira. O que poderia ter sido cortado são as cenas reais de rebeliões e extermínios. A ideia pode ter sido até trazer mais realismo para a telona, mas mostrar corpos e a situação precária de um sistema carcerário problemático como o do país funciona melhor num documentário. Neste caso, a recomendação é assistir ao ótimo Sem Pena, de Eugenio Puppo.

*Por Michel Toronaga – micheltoronaga@cine61.com.br

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